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CPC em colutórios quebra a membrana SARS-CoV-2 e reduz a quantidade de vírus ativo na saliva

CPC em colutórios quebra a membrana SARS-CoV-2 e reduz a quantidade de vírus ativo na saliva (Imagem: unsplash)

qua. 26 outubro 2022

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Um estudo* liderado pela Fundación Lucha contra las Infecciones em conjunto com o IrsiCaixa AIDS Research Institute e a Gerencia Territorial Metropolitana Nord del Instituto Catalán de la Salud (ICS), com a colaboração da DENTAID Research Center, demonstrou a atividade virucida do Cloreto de Cetilpiridínio (CPC) na saliva contra o SARS-CoV-2, confirmando in vivo os resultados que já haviam sido observados anteriormente em estudos in vitro, realizados pela equipa de pesquisa da IrsiCaixa.

 

Esta investigação, realizada com amostras de saliva de pessoas infetadas que foram tratadas em centros de cuidados primários, confirma a capacidade do CPC de romper a membrana do vírus. O estudo permitiu demonstrar in vivo que o SARS-CoV-2 perde a sua capacidade infeciosa uma vez que com a membrana destruída não consegue penetrar nas células. Portanto, os colutórios com CPC podem ser uma ferramenta a considerar na prevenção contra a infeção causada pelas diversas variantes do coronavírus.

“Concluir que um colutório com CPC tenha uma atividade contra o SARS-CoV-2 é uma notícia muito boa, pois o uso desse colutório poderá reduzir a transmissão do vírus entre pessoas”, afirma Andrea Alemany, investigadora da Fight Against Infections Foundation e a primeira autora do estudo. Núria Prat, diretora dos Cuidados Primários da Área Metropolitana Norte do ICS, destaca o papel destes centros em investigações deste tipo: “O facto de se ter acesso direto a grandes amostras de pessoas e o trabalho conjunto entre profissionais de medicina geral e familiar, enfermagem e medicina dentária permitiu o trabalho de campo necessário para a realização do estudo”.

Um relatório recente da Organização Mundial de Saúde (OMS) enfatiza o importante papel que a saúde oral desempenha na manutenção de um bom estado de saúde geral, incluindo por exemplo a sua relação com a doença cardiovascular e a diabetes. “Os resultados deste estudo permitem-nos confirmar que os cuidados com a saúde oral podem também ajudar a prevenir a propagação do SARS-CoV-2”, conclui Joan Gispert, diretor de I+D+i da DENTAID.

Metodologia do estudo

Este estudo, publicado na revista científica Journal of Dental Research, é o resultado de um ensaio clínico aleatório, duplo-cego, paralelo e controlado por placebo, que foi realizado em 19 centros de cuidados primários da região metropolitana do Nord de Catalunya entre os meses de fevereiro e junho de 2021. Participaram 118 adultos com infeção assintomática por SARS-CoV-2 ou com sintomas leves de Covid-19, nos quais a quantidade de vírus (na saliva?) com capacidade infeciosa foi analisada através do teste ELISA. "Com este teste, ao contrário do PCR, podemos avaliar a capacidade do CPC em romper a membrana do vírus uma vez que ele deteta as proteínas do nucleocapsídeo do SARS-CoV-2”, explica Nuria Izquierdo-Useros, investigadora principal do IrsiCaixa e coautora do artigo. As equipas de medicina dentária dos centros de cuidados primários foram responsáveis ​​pela realização dos procedimentos do estudo, com a coordenação da equipa de pesquisa da Fundação de Combate às Infeções. Por outro lado, todas as amostras foram analisadas no departamento de Microbiologia do Laboratório Clínico da Metropolitana Nord e na IrsiCaixa.

Um hábito saudável

As conclusões do estudo apontam para que a utilização de colutórios com CPC pode ser adicionada a outras estratégias para evitar a disseminação do SARS-CoV-2, especialmente agora que as medidas de proteção, como o uso de máscaras, está em declínio.

 

* https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/00220345221102310

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