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Bastonário alerta para o impacto da doença periodontal

Miguel Pavão, participou nas I Jornadas da Saúde Oral do Nordeste Transmontano (Imagem: OMD)

sex. 27 junho 2025

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O Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Miguel Pavão, participou nas I Jornadas da Saúde Oral do Nordeste Transmontano, a 6 de junho, no Auditório Paulo Quintela, em Bragança, e recorreu ao registo etnográfico do bragançano Abade Baçal para mostrar o impacto do desinvestimento na prevenção das doenças orais.

O Serviço de Medicina Dentária da Unidade Local de Saúde do Nordeste organizou as I Jornadas da Saúde Oral do Nordeste Transmontano, no passado dia 6 de junho, no Auditório Paulo Quintela, em Bragança. Esta iniciativa teve como mote a melhoria da literacia e a articulação entre os profissionais de medicina dentária e de outras áreas de saúde.

Miguel Pavão marcou presença no evento e realçou o papel destas jornadas no âmbito da promoção de boas práticas e da dinamização de um modelo de cuidados de saúde multidisciplinares.

A propósito da saúde oral, Miguel Pavão recorreu ao registo etnográfico do Abade Baçal, arqueólogo, historiador, etnógrafo e genealogista, natural de Bragança, para abordar um problema de saúde prevalente ao longo de séculos. Referindo-se às memórias de “Auto-Retrato”, o bastonário escolheu uma passagem em que o Abade Baçal descreve a perda dentária ao longo da sua vida, fazendo alusão ao sangramento das gengivas. “A doença de que sofria”, explicou, “chama-se doença periodontal” e “continua a existir, com grande impacto para quem dela sofre”.

“Há hoje mais literacia e uma maior prevenção, sendo que ainda não estamos onde é possível chegar”, constatou. Contudo, nesta analogia às doenças periodontais, que prevalecem na atualidade, frisou que tal acontece pela “falta de acesso e medidas de prevenção”. Desta forma, salientou, urge criar “medidas para melhorar a saúde oral em Portugal”. E apontou duas medidas essenciais para que o setor público proporcione uma efetiva resposta nesta área – a carreira especial no SNS para médicos dentistas – e ofereça soluções para os dois terços da população que não têm dentição completa – a criação do cheque-dentista prótese.

O bastonário apelou ainda à reflexão sobre o orçamento existente para o setor. “Dos 20 milhões de euros, verifica-se uma capitação para as ULS na ordem dos 1017€ – 1100€, ou seja, 83€ para a saúde oral”, afirmou, reiterando a necessidade de uma dotação orçamental robusta para uma área que tem um enorme impacto na saúde e na vida dos doentes.

Fernanda Silva, vice-presidente da Câmara Municipal de Bragança, esteve igualmente presente nestas jornadas e mostrou-se convicta de “que o futuro da saúde oral em Portugal passa por ser cada vez mais inclusivo, preventivo e sustentado, tendo a educação como pilar fundamental para concretizar esses objetivos”.

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