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Artigo revela que profilaxia antibiótica está associada a um risco reduzido de endocardite infeciosa

Imagem de Michal Jarmoluk por Pixabay

ter. 23 abril 2024

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Um grupo internacional de investigadores e experts da área da Medicina Oral, liderados pelos colegas Giovanni Lodi, Pedro Diz Dios e Valeria Edefonti, publicou recentemente um importante artigo na revista JAMA Cardiology sobre a realização de profilaxia antibiótica e a incidência de endocardite bacteriana depois da realização de tratamentos dentários. Os autores realizaram uma revisão sistemática com meta-análise da literatura existente para avaliar a associação da profilaxia antibiótica e a incidência de endocardite infeciosa após procedimentos dentários invasivos.

Os autores fazem parte do grupo World Workshop on Oral Medicine VIII constituído por investigadores de vários países como Itália (Giovanni Lodi; Valeria Edefonti; Margherita Gobbo; Federica Turati), Espanha (Pedro Diz Dios), Reino Unido (Martin Thornhill), Africa do Sul (Haly Holmes), Singapura (C. Hong), Tailândia (Pimolbutr), USA (Francesca Sperotto; Katherine France; Laurel Graham; Thomas Sollecito; Peter Lockhart) e de Portugal representado pelo investigador e médico dentista, Luís Monteiro.

Luís Monteiro, professor associado da CESPU é neste momento diretor da Unidade de investigação Unidade de Investigação em Patologia Oral e Reabilitação Oral (UNIPRO). A participação da UNIPRO neste trabalho é fruto dos objetivos de multidisciplinariedade, internacionalização e aposta na investigação cientifica com produção de trabalhos de investigação que possam ser aplicados na sociedade para beneficio da saúde da população.

Este é um importante artigo, sobre uma temática muito complicada onde tem havido falta de evidência científica sobre a necessidade de utilização de profilaxia antibiótica antes do tratamento dentário, com diferentes indicações e até com países que não sugerem o uso deste tipo de profilaxia. Estas preocupações estão relacionadas, por um lado com a possível existência de reações alérgicas em alguns doentes, na potencial contribuição para o aumento das resistências aos antibióticos e, por outro, pela falta de evidência científica para a utilização deste tipo de profilaxia na prevenção de endocardite bacteriana após procedimentos dentários invasivos.

Desta forma, os autores realizaram uma revisão sistemática com meta-análise da literatura existente para avaliar a associação da profilaxia antibiótica e a incidência de endocardite infeciosa após procedimentos dentários invasivos. O trabalho resultante, que incluiu dados de 1.152,345 casos de endocardite infeciosa, concluiu que a profilaxia antibiótica estava associada a um risco reduzido de endocardite infeciosa após procedimentos dentários invasivos em indivíduos de alto risco, mas não naqueles de risco moderado ou baixo/desconhecido. De facto, os indivíduos de alto risco que receberam profilaxia antibiótica antes de procedimentos dentários invasivos tinham menos 59% (IC 95%, 43-71) de probabilidade de desenvolver endocardite infeciosa do que aqueles que não receberam profilaxia antibiótica.

Estes resultados apoiam a utilização de profilaxia antibiótica apenas em indivíduos de alto risco, submetidos a procedimentos dentários invasivos, apoiando as atuais diretrizes da American Heart Association e da Sociedade Europeia de Cardiologia.

 

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