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Possui experiência de mais de 3000 pacientes tratados em 20 anos na área de implantodontia. É autor da obra “Implantes em Áreas Estéticas”, publicado em 2011. Escreveu capítulos de livros, publicações em revistas científicas nacionais e internacionais. A consolidada parceria com a S.I.N. é já um best-seller no seu currículo. A Dental Tribune Portugal conversou com Fernando Hayashi, o profissional que “gosta de contar histórias” e que “não tem medo das doenças”.
O seu percurso profissional leva já 20 anos como especialista. O que o cativou mais na escolha da periodontia?
Eu apanhei a periodontia numa transição, entre a periodontia muito cirúrgica e a não cirúrgica. Percebi que a periodontia ia entrar num período menos cirúrgico e aquilo que me chamava mais à atenção e que estava a crescer era a área da implantodontia. Na altura eu não colocava ainda implantes, mas notava que os profissionais tinham muita dificuldade com a quantidade de osso que os pacientes tinham para se poder colocar o implante.
Naquela altura fazia-se um curso de implantes, mas questionava-me: “se eu não souber trabalhar com pouca quantidade de osso então não vou poder fazer implantodontia”. Então comecei pela cirurgia avançada, pela reconstrução. Eu era um menino, tinha 21 anos, quando fui para a Universidade de Baurú (USP). Encontrei Phd’s de Toronto, da California, que me deram dicas preciosas. Quando fiz o curso, fiquei confiante e comecei a fazer implantes. Em 2001 fiz mestrado e pós-graduação em São Paulo e passados alguns anos terminei o meu doutoramento. Sempre tive uma visão muito técnica. Eu gosto de estudar, gosto de operar e de me desafiar. E tomei cuidado com os artigos científicos, porque aquilo que é relevante para o pesquisador, para o clínico ou paciente não é nada relevante.
Questionei sempre a minha técnica, o que estava a ler, procurei ler muito nas entrelinhas. Quando via um artigo pensava se a pesquisa em questão tinha errado porque o investigador ou orientador não tem experiência na área ou se deu certo é porque o cirurgião é muito bom? A minha pós-graduação, o doutoramento ajudou-me muito a ir atrás daquilo que não está escrito.
Considera que com o risco de infeção associada à Covid-19 a especialidade da periodontia ganhou mais importância ou essa preponderância já existia?
Na minha época de formação não existia o mestrado e doutoramento em implantodontia e acabávamos por ir mais para a periodontia. No Brasil as três grandes áreas da implantodontia englobam a periodontia, cirurgia e prótese. Por isso, apesar da minha formação eu trabalho a área dos implantes. O profissional de saúde não pode ter medo da doença. Não é só a Covid que existe. Existe a hepatite que até é mais fácil de contaminar. A limitação de tratamento imposta pelo governo por causa da pandemia é que me assustou. Isso tornou os casos mais graves, porque as pessoas pararam os tratamentos e quando voltaram as coisas estavam mais avançadas. Isso foi o que mais me assustou. A nossa formação é na área da saúde, não podemos ter medo das doenças.
É autor do livro “Implantes em áreas estéticas". Qual foi a inspiração para a realização desta obra?
Que boa pergunta…gosto de contar histórias… Sempre trabalhei com implante estético porque era um dos braços da periodontia. O que me deu um clique para gostar ainda mais dessa área e para escrever um livro, foi um congresso em 2005 do qual participou um professor Veinstrom de Gotemburgo. Nessa palestra foi apresentado um caso clínico de sucesso no início e que depois passado algum tempo a coisa ficava mal. Ele falava de implante imediato, isto é, quando se tira um dente e se coloca um implante na mesma sessão.
Existiam pesquisas que mostravam que este procedimento era possível e, por isso, criou-se um conceito errado que o ideal era tirar o dente e colocar logo o implante, porque o implante impedia a perda óssea. Mas esta ideia não tinha validade científica. Por isso pensei que era necessário criar uma forma de não perder tecido com o implante imediato. A melhor forma para isso não acontecer é colocar excertos de gengiva junto com o implante de forma a preencher o espaço. Eu não inventei isto, já estava descrito na literatura, mas não se dava importância.
Em 2009 a editora procurou-nos para escrever algo mais didático, porque até esse momento o que havia era muito técnico, virado para especialistas. Demorei 18 meses a escrever o livro. Tudo começou então com a observação de uma palestra com menos de três minutos que me deu um clique e que mudou a minha vida. Não escrevi outro livro porque o papel não te dá uma sensação imersiva quando se publica um caso clínico só com fotos. Então aprendemos a fazer filmagens todas na primeira pessoa para dar a sensação que é o próprio que está a operar. Criei juntamente com os meus alunos uma metodologia nova de casos clínicos. Em 2014 já tinha muito material e acabei por voltar para o mundo das palestras.
É ainda formador na Academia Implantat. Como nasceu a parceria com a SIN?
A minha carreira académica de professor não existiria sem a SIN. Atualmente dou aulas para eles e sou speaker, mas se não fosse speaker eu não podia deixar de lhes agradecer. Imagina um rapaz sem experiência, sem dinheiro que chega a uma empresa que já era grande e pede para ser professor. Eu precisava de ajuda. Hoje o que se conhece da SIN é a visão de uma empresa mais do que amadurecida. Passou por tudo o que uma empresa devia passar.
Quando comecei a parceria com a empresa, a SIN tinha uma linha de implantes pequena. O grande salto foi de 2010 em diante. Quando o Fábio Bezerra assume a área de desenvolvimento de produto ela dá um salto gigantesco em qualidade. A SIN passou a ouvir muito o cliente, algo que anteriormente não acontecia muito, não havia feedback. Os produtos ficaram muito bons, como os implantes de hexágono externo e interno. Investiram também nos implantes mais avançados, de conexão cónica.
A par desse investimento foram lançados outros produtos …
Sim, depois lançam o implante Unitite, com uma superfície de hidroxiapatita desenvolvida na Suécia. Aí dá para ver que a SIN consolidou um padrão de qualidade internacional. Foi um dos primeiros implantes com que trabalhei, um ano antes de serem lançados no mercado e foi assustador o salto de qualidade que houve nesse período. A par disso utilizávamos o sistema SW, que era muito versátil. Tem implantes de hexágono externo, interno e Cone Morse. Após estes é lançado o Unitite que serviu para o que chamamos de carga precoce. No sistema SW é colocado o implante e após 4 a 6 meses reabre-se o implante e faz-se a prótese. A carga precoce é possível fazer a prótese após 28 dias da colocação do implante. Mas não há muitos soluções para carga imediata. Este tipo de implantes tem uma resolução de casos complexos com pouco osso, tanto em espessura como em altura. O Unitite além da carga precoce ele foi lançado com um complemento para implantes extracurtos e implantes muito estreitos. Esta gama preenche uma lacuna na SIN que passava pelos implantes da carga precoce, extracurtos e estreitos.
Tem havido uma evolução grande no que diz respeito às soluções de implantes…
Mais recentemente foi lançado o implante Epikut, especializado para acelerar a osso integração para ficar bem firme. Isso é importante para a carga imediata ou para trabalhar um osso muito mole, pouco denso. Hoje com a linha SW, muito versátil, a linha Unitite com essas possibilidades de carga precoce, extracurtos e estreitos e o Epikut, quando é realmente necessária uma alta estabilidade, temos uma gama bastante completa para resolver os casos clínicos. A SIN também aprimorou o produto com a escolha de um ângulo de 11,5 graus nos implantes Cone Morse, com uma conexão cónica universal e de possibilitar fazer hexágonos externos, para pessoas mais antigas como eu, gosta de trabalhar com este tipo de conexão. Eu trabalhei bastante o sistema Unitite, com imagens e casos clínicos, com uma metodologia de trabalho diferenciada.
Depois destes anos todos de parceria, como considera a sua relação com a SIN?
Eu gosto muito da SIN porque eles são muito éticos. Nunca me forçaram a falar bem dos implantes. Costumo dizer que o meu caso clínico fala por mim. Já trabalhei com outras empresas que forçam a ciência. Isso não é bom. É preciso dar liberdade para a pessoa. Tanto que o implante Unitite quando chegou à minha mão era para carga precoce, mas eu usei como queria, como carga imediata. Ninguém reclamou e os resultados foram excelentes. Mas devo dizer que para uma pessoa sem experiência que trabalhar com implantes de carga precoce como carga imediata, não é muito fácil. Agora ficou fácil, porque o sistema Epikut é para carga imediata, para outra estabilidade, o que torna as coisas mais fáceis.
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