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Pedro Freitas, presidente da APTPD, em entrevista

Pedro Freitas

qua. 23 julho 2025

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Pedro Freitas é, desde 24 de fevereiro de 2024, o presidente da Associação Portuguesa de Técnicos de Prótese Dentária (APTPD). Um ano após encabeçar a gestão da associação, traçamos nesta entrevista o que foi feito e o que ainda está por vir. Uma coisa é certa, como revela: “Queremos que a APTPD seja cada vez mais uma associação presente, dinâmica, moderna e, sobretudo, comprometida com a dignidade, a ética e o progresso da nossa profissão”.

Quais são os principais desafios que os técnicos de prótese dentária enfrentam atualmente?

Os técnicos de prótese dentária enfrentam hoje um conjunto de desafios significativos que vão muito além da execução técnica do seu trabalho. Em primeiro lugar, destacaria a valorização e o reconhecimento da nossa profissão, tanto perante os profissionais de saúde como perante o público em geral. Muitas vezes, o nosso papel é invisível, pois estamos nos bastidores, mas somos fundamentais para o sucesso clínico e estético do tratamento do paciente. Além disso, temos os desafios relacionados com a evolução tecnológica. O digital veio para ficar, mas é preciso garantir formação contínua e acessível para que todos os técnicos possam acompanhar esse avanço. Outro ponto sensível é a regulação do exercício profissional, assegurando que apenas profissionais qualificados e com cédula possam atuar, protegendo assim a qualidade dos serviços e a saúde dos pacientes. Por fim, mas não menos importante, destaco a valorização salarial e das condições laborais, que ainda estão aquém do que seria justo para uma profissão com tamanha responsabilidade técnica e ética.

Como tem atuado a APTPD para valorizar os profissionais do setor?

A APTPD tem trabalhado de forma firme e estratégica para reforçar a visibilidade, a dignidade e o reconhecimento da profissão de técnico de prótese dentária em Portugal. Uma das nossas principais frentes de ação é o diálogo institucional com entidades públicas, reguladoras e educativas, no sentido de garantir que a voz dos técnicos seja ouvida nos processos de decisão que afetam diretamente a nossa prática profissional. Além disso, temos investido na organização de eventos científicos, fóruns e formações, onde os profissionais possam atualizar conhecimentos, trocar experiências e reforçar a sua rede de contactos. Valorizamos o mérito técnico e incentivamos a excelência através da partilha de boas práticas laboratoriais. Por outro lado, temos procurado dar maior visibilidade pública à profissão, através das redes sociais, da comunicação com os media e da participação em debates sobre saúde oral — mostrando que o trabalho do técnico é essencial para a qualidade de vida dos pacientes. Em paralelo, estamos atentos às condições laborais dos profissionais, defendendo políticas que promovam a remuneração justa, a legalidade do exercício e o respeito pelo título profissional. Acreditamos que valorizar o técnico é também valorizar a saúde oral da população.

De que forma a APTPD tem participado na regulamentação e defesa da profissão?

A APTPD tem assumido um papel ativo e vigilante na defesa dos interesses da profissão e dos seus profissionais, em particular no que diz respeito à regulação legal do exercício técnico em prótese dentária. Estamos comprometidos com a luta contra o exercício ilegal da profissão e com a valorização da cédula profissional como instrumento de dignidade e responsabilidade. Um técnico devidamente qualificado, com formação reconhecida e registado nos termos legais, é o único que deve exercer funções que impactam diretamente a saúde e o bem-estar dos pacientes. A APTPD tem participado em reuniões com representantes do governo, comissões parlamentares e entidades reguladoras da área da saúde e da educação. Estamos a trabalhar para que a legislação existente seja respeitada, aplicada e, quando necessário, revista com a colaboração dos profissionais do setor. Além disso, temos sido uma voz ativa na denúncia de práticas irregulares e na promoção de uma cultura de legalidade, ética e responsabilidade técnica. A defesa da profissão passa também por informar os próprios técnicos sobre os seus deveres e direitos.

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