O primeiro Congresso Internacional da Oral Pathology and Rehabilition Research Unit (UNIPRO) do Instituto Universitário de Ciências da Saúde (IUSC) decorreu em abril, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto. Luís Monteiro, diretor da Unidade de Investigação em Patologia e Reabilitação Oral da UNIPRO, falou com o Dental Tribune Portugal para fazer o balanço do evento que é “superou todas as expectativas iniciais”. O congresso foi “o culminar dos resultados dos vários projetos e linhas de investigação nas áreas da patologia oral e reabilitação” e contou com a conferência em avanços na investigação em cancro oral, em colaboração com o centro colaborativo em Cancro Oral da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O que é a UNIPRO?
A UNIPRO é uma unidade de investigação em patologia e reabilitação oral do Instituto Universitário de Ciências da Saúde (IUCS). Esta estrutura de investigação foi criada em 2021 e tem desenvolvido vários projetos de investigação focados na biopatologia, diagnóstico e reabilitação nas várias áreas das ciências dentárias. Possui várias linhas de investigação dirigidas ao estudo das alterações e doenças craniofaciais, da biopatologia e novas tecnologias no diagnóstico do cancro oral, no estudo de biomateriais e reabilitação oral, entre outras áreas. Esta é uma unidade integrativa multidisciplinar com vários investigadores não só da medicina dentária, mas também de áreas biomédicas, de bioengenharia e ou da saúde comunitária que em conjunto promovem o aumento de conhecimento e transferência do mesmo para a sociedade na área da patologia oral e reabilitação oral.
Que balanço faz do evento realizado pela primeira vez em Portugal?
Este congresso foi o culminar dos resultados dos vários projetos e linhas de investigação nas áreas da patologia oral e reabilitação que esta unidade integra e tem desenvolvido. Como primeiro congresso internacional da UNIPRO, este evento superou todas as nossas expectativas iniciais. Tivemos mais de 30 palestrantes de renome internacional e contamos com uma participação que superou os 500 congressistas. Foram discutidos temas, por vezes controversos, da patologia e reabilitação oral, à luz da evidência científica atual. Estabeleceram-se diálogos, discussões e colaborações entre centros de investigação e universidades em prol da mobilidade e colaboração científica de investigadores, aspetos que a UNIPRO tem como missão primordial. Este congresso incluiu também a conferência em avanços na investigação em cancro oral, em colaboração com o centro colaborativo em Cancro Oral da OMS, onde foram discutidos muitos dos interessantes temas atuais sobre cancro oral.
Quais foram os principais destaques apresentados sobre os vários projetos de investigação atuais nomeadamente em medicina dentária?
Na primeira parte do congresso foram abordados temas sobre disfunções e doenças orofaciais. Por exemplo, foi abordada a relação entre várias alterações genéticas com disfunção temporomandibular, com enxaquecas/cefaleias e outras disfunções do desenvolvimento orofacial. Foram ainda apresentadas aplicações de novas tecnologias como por exemplo da aplicação de fotobiomodulação como aceleradores do movimento ortodôntico. Na área da prostodontia e reabilitação oral foi apresentado o estado da arte nos estudos clínicos em implantologia, em osteointegração ou em tecnologia digital em reabilitação oral assim como a utilização de materiais biológicos na reparação tecidular. Foram também apresentados resultados de vários trabalhos de teses de doutoramento nas áreas da patologia oral e reabilitação oral. A segunda parte do congresso foi dedicada à conferência em avanços em investigação em cancro oral que foi promovida pela UNIPRO e pelo Centro colaborativo em Cancro Oral da OMS.
E quanto à Conferência em Cancro Oral promovida pela UNIPRO e pelo centro colaborativo em Cancro oral da OMS? Quais foram os grandes temas abordados?
Esta é uma conferencia coorganizada pelo Centro colaborativo em Cancro Oral da OMS, coordenada pelo professor Saman Warnakulasuriya e que nós tivemos o privilégio e honra de acolher no nosso congresso internacional da UNIPRO. A primeira parte da conferência foi dedicada à epidemiologia do cancro oral. O Dr. Adalberto Miranda-Filho (IARC) mostrou como a incidência de cancro oral varia nos diferentes países da Europa sendo Portugal um dos países que mostra um maior aumento do número de casos desta doença contrariamente a muitos dos restantes países europeus. Os fatores de risco de cancro oral foram discutidos pelo Prof. Saman Warnakulasuriya (Kings College London e WHO CC) nomeadamente a discussão sobre o papel do álcool, da inflamação crónica, como o papel do fumo passivo muitas vezes ignorado pela sociedade nos dias de hoje. As características histopatológicas, o grau de displasia epitelial nas alterações potencialmente malignas, foram abordados pelo prof. José Aguirre (Universidad del País Vasco EHU, Bilbao, Espanha); e a discussão sobre a identificação de biomarcadores, não só numa perspetiva histopatológica, mas também molecular, no diagnóstico e prognóstico de cancro oral e alterações potencialmente malignas foi também brilhantemente apresentada nas conferências dos colegas Miguel González-Moles (University of Granada, Espanha), Hassan Bousbaa (da UNIPRO) e Pierre Saintigny (Centre Léon Bérard, Lyon, França).
Dada a elevada incidência de cancro oral no nosso país, foram abordadas as estratégias para diminuir o número de novos casos de cancro oral e realizar o diagnóstico precoce da doença. O Dr. António Mano Azul, além da missão de moderação desta conferência, abordou o tema dos rastreios em cancro oral nomeadamente explicando o programa de intervenção precoce em cancro oral (PIPCO), programa português que captou a curiosidade e interesse de muitos dos colegas internacionais. Foram apresentadas também novas tecnologias no diagnóstico de malignidade, especialmente meios óticos e no tratamento como a utilização especifica de lasers. Por último, mas certamente o momento mais intenso, original e porventura ímpar comparativamente a vários congressos internacionais, foi a “mesa redonda de discussão final”, que graças à brilhante e singular moderação do colega António Mano Azul, se transformou numa “mesa redonda” por toda a sala com a discussão de opiniões de todos os presentes juntamente com os vários palestrantes da conferência, momento único onde se discutiu verdadeiramente ciência em patologia oral. Esta conferência será seguida de um conjunto de trabalhos de revisão sobre os vários temas abordados e posteriormente publicados em revista internacional. Desta forma, esta conferência possuiu não só um papel de atualidade, mas também de possíveis futuras orientações e diretivas a sugerir.
Leia a entrevista completa na DT Portugal No. 3, 2022
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