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Artigo escrito pela Dra. Cristina Cardoso Silva, médica dentista na Manuel Neves – Clínica de Medicina Dentária, Lda., e professora de Odontopediatria na Universidade Fernando Pessoa.
Numa situação fisiológica, o ser humano deve respirar unicamente pelo nariz, desde o nascimento. Só assim conseguirá um bom desenvolvimento craniofacial e da oclusão dentária. Quando a criança não tem permeabilidade suficiente das vias aéreas superiores e a respiração é efetuada pela boca, a língua adota uma posição de repouso baixa, em vez da posição correta que deverá ser encostada ao palato. Para que o maxilar se desenvolva corretamente é fundamental que a língua exerça força contra o palato para estimular o seu desenvolvimento. Crianças que respiram pela boca vão desenvolver um palato alto e estreito, frequentemente associado a uma projeção dos incisivos superiores. Adicionalmente estas crianças não conseguem ter um sono reparador, apresentando-se mais sonolentas durante o dia, com dificuldade de concentração e olheiras bem demarcadas na face, sendo tendencialmente crianças mais agitadas. O tratamento destas crianças implica o atendimento por uma equipa multidisciplinar onde intervêm o Odontopediatra, o Otorrino, o Terapeuta da fala, entre outros.
Quando a permeabilidade das vias aéreas é restabelecida torna-se fundamental reeducar o hábito de respiração nasal e posicionamento lingual em repouso e ao engolir. Este tratamento funcional permite estimular um correto desenvolvimento das arcadas dentárias, facilitando e corrigindo o posicionamento dentário, evitando muitas vezes a necessidade de tratamento ortodôntico ou, pelo menos, diminuindo a sua complexidade e evitando recidivas a longo prazo. Tem também um papel fundamental na prevenção da apneia obstrutiva do sono.
Se o seu filho está permanentemente com a boca entreaberta, não consegue mastigar de boca fechada, dorme de boca aberta ou ressona, consulte um Odontopediatra!
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