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Impacto da crise climática na gestão da saúde oral

(Imagem: Piyaset/Shutterstock)

seg. 2 agosto 2021

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Maior risco de cáries dentárias, cancro oral e a destruição/fecho de clínicas dentárias são algumas das possíveis consequências da crise climática na saúde oral, afirmou a especialista Donna Hackley, num artigo científico.

A autora do artigo é instrutora part-time na Harvard School of Dental Medicine no departamento de políticas de saúde oral e epidemiologia e membro clínica da University of Rwanda School of Dentistry em Kigali. No seu estudo intitulado ““Medical professionals are tasked with protecting the health of their patients and developing resilient health care delivery systems that can withstand challenges precipitated by climate crises” identificou seis riscos associados à crise climática que possuem consequências na saúde oral.

Na sua visão, os seis riscos são:

  • Stresse de calor – por exemplo, o calor pode contribuir para o aumento da resistência aos antibióticos;
  • Má qualidade do ar – por exemplo, a boca seca e a asma estão associadas a um maior risco de cáries dentárias;
  • Insegurança alimentar e na água – por exemplo, a má nutrição é associada com o cancro oral e os seus primeiros sinais são gengivite e lesões periodontais ulcerosas;
  • Eventos climáticos extremos – por exemplo, os prestadores de cuidados de saúde oral podem enfrentar desafios de infraestruturas devido à destruição de clínicas dentárias;
  • Doenças transmitidas por vetores – por exemplo, várias doenças transmitidas por vetores como o vírus Zika apresentam manifestações orais;
  • Fatores sociais — por exemplo, populações migratórias que se deslocam para outros países em busca de uma melhor infraestrutura carecem de acesso a cuidados de saúde e estão em risco de uma série de doenças, incluindo doenças orais comuns, como a cárie dentária e a periodontite.

Possíveis soluções

Para lidar com estes impactos, Donna Hackley sugere que exista:

  • Planeamento para situações de interrupções prolongadas de energia, destruição ou encerramento de clínicas, perda de registos de pacientes, comunicações avariadas e cadeias de abastecimento médicos interrompidas;
  • Desenvolvimento de planos estratégicos através do uso da telemedicina dentária para a gestão de doenças com dor oral ou com emergências agudas quando as clínicas estão fechadas;
  • Estabelecimento de estratégias de segurança financeira pessoal e profissional;
  • Possibilidade de armazenar medicamentos nas clínicas;
  • Diminuição da utilização de antibióticos;
  • Inclusão de questões de rastreios de risco climático no histórico médico padrão;
  • Consciência das manifestações orais relacionadas com os fatores de risco das vias de exposição às alterações climáticas.

Em resumo, a especialista considerou que a: “consciência do profissional é essencial para o reconhecimento e gestão dos impactos climáticos nas pessoas e comunidades. A preparação das clínicas é fundamental para garantir a resiliência do sistema de saúde e navegar em eventos climáticos adversos para garantir resultados positivos na saúde.”

O artigo científico intitulado “Climate change and oral health” foi publicado no International Dental Journal.

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